
Por Andre Wormsbecker / Quantum Dox
Eu li este artigo em 2019, na revista Scientific American. Achei interessante como a vida é um acordo entre biologia, metafísica, filosofia, mecânica quântica, astrologia, astronomia e quem sabe, ufologia e fenômenos paranormais. Onde todas estas vidas nos levam?
A natureza da vida é um dos temas mais incríveis e desafiadores da ciência. Desde os primórdios da humanidade, antes mesmo de a ciência ser reconhecida como uma disciplina distinta, a questão da origem e persistência da vida tem intrigado filósofos e estudiosos. No entanto, após séculos de progresso científico, ainda não temos uma resposta definitiva sobre como a vida surge e se estabelece em um ambiente. Simples assim.
A Origem e a Persistência da Vida
Apesar de inúmeros avanços, a ciência ainda não possui um modelo completo e amplamente aceito sobre como a vida se inicia em um planeta. Também não compreendemos totalmente como a vida e o ambiente planetário se tornam tão interdependentes, como ocorre na Terra. O mais próximo de uma resposta definitiva que temos atualmente é que, de fato, esses processos acontecem – e devem acontecer – para que um planeta como o nosso exista da forma que conhecemos.
Entretanto, podemos afirmar com alguma certeza que a vida se manifesta quando um sistema consegue propagar versões de si mesmo no futuro. Isso acontece por meio de mecanismos que permitem a sobrevivência em um ambiente complexo e variável, que pode incluir outros sistemas vivos. Um equívoco comum na compreensão desse processo é a ideia de que organismos podem ser “perfeitos” em sua adaptação ao ambiente. Expressões como “adaptação perfeita” ou “instinto infalível” são frequentemente usadas em documentários e reportagens, mas a realidade é muito mais pragmática. Inúmeras possibilidades.
Na verdade, o que observamos nos organismos vivos é simplesmente um conjunto de características que lhes permitem transmitir seu material genético para as gerações futuras com uma probabilidade finita de sucesso. A seleção natural não busca a perfeição – apenas o funcionamento “bom o suficiente” para garantir a continuidade da espécie. Se uma característica não atende a esse requisito, o organismo desaparece. A sobrevivência é, essencialmente, um jogo de números, onde a taxa de sucesso é sempre relativa e imperfeita.
A Vida Além da Terra: Como Avaliar Mundos Habitáveis?
Na busca por vida no cosmos, muitas vezes falamos sobre a “habitabilidade” de um planeta, especialmente no caso de exoplanetas rochosos. No entanto, esse termo pode ser enganoso e simplista. Ele combina conceitos distintos em uma única ideia, o que pode atrapalhar nossa capacidade de explorar questões mais fundamentais.
Em vez de apenas perguntar se um planeta pode sustentar vida, deveríamos analisar a probabilidade de diferentes eventos biológicos ocorrerem em função do tempo:
1. Frequência de Eventos de Origem: Com que frequência eventos de abiogênese (o surgimento da vida a partir de matéria inorgânica) ocorrem em um planeta ao longo de sua existência?
2. Frequência de Persistência da Vida: Uma vez que a vida surge, qual a probabilidade de que ela continue existindo no planeta ao longo do tempo?
É possível que alguns planetas tenham condições ideais para o surgimento da vida, mas sejam péssimos em sustentá-la por longos períodos. Outros podem ser exatamente o oposto. Essas duas probabilidades podem ser radicalmente diferentes e não necessariamente correlacionadas.
A Terra, por exemplo, tem um histórico de vida ininterrupto por pelo menos 3,5 bilhões de anos. Isso pode nos levar a pensar que essa é uma característica comum de planetas habitáveis, mas talvez não seja. Em um contexto cósmico, talvez a vida em um planeta típico dure apenas alguns milhões de anos – ou até menos. Simplesmente não sabemos.
A Vida no Cosmos: Um Processo Variável e Imprevisível
Não há motivo para supor que a história da vida se desenrole de forma uniforme em todo o universo. Mesmo que os mecanismos moleculares básicos sejam universais e que os requisitos energéticos para a vida (como condições geoquímicas e climáticas) sejam os que imaginamos, a evolução não segue um plano pré-determinado. Se algo funciona bem o suficiente, continuará existindo. Se não funciona, desaparece.
A ideia de que a vida está em uma “luta” constante é um antropomorfismo equivocado. A evolução não é uma competição consciente, mas um processo de filtragem natural. Quando as condições não permitem mais que um organismo prospere, ele simplesmente deixa de existir.
O Que Isso Significa para a Busca por Vida em Outros Planetas?
Por enquanto, nosso estudo de exoplanetas ainda está preso a modelos baseados na Terra. Utilizamos as condições do nosso próprio planeta como referência para identificar mundos potencialmente habitáveis, mas esses modelos são limitados. Nossa compreensão da evolução planetária ainda é baseada em um conjunto de dados extremamente restrito: o histórico da Terra e o estudo de outros corpos do Sistema Solar.
À medida que avançarmos na observação de exoplanetas, nossa ignorância sobre a natureza da vida se tornará um obstáculo crítico. Mesmo que descubramos sinais de vida em outros mundos, ainda teremos dificuldades para determinar sua idade, sua probabilidade de persistência e sua abundância real no cosmos. Se tivermos sorte, encontraremos planetas que, no momento da observação, sejam “bons o suficiente” para sustentar vida.
No entanto, até que possamos obter informações mais detalhadas sobre a diversidade e evolução da vida fora da Terra, nosso conhecimento continuará repleto de incertezas – e nosso entendimento do que realmente significa um planeta ser habitável permanecerá incompleto.
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