Por Luti Christóforo – Psicólogo

Muita gente acredita que para seguir em frente é preciso “esquecer o que aconteceu”. Mas na verdade, não se trata de esquecer, e sim de desmemorizar. Ou seja, libertar-se da carga emocional que certas lembranças ainda provocam.

Desmemorizar não é apagar o passado. É deixar de ser refém dele. É possível, sim, ressignificar dores antigas, traumas emocionais ou experiências marcantes que continuam machucando. E esse processo começa com um primeiro passo essencial: aceitar o que passou. Negar só prolonga a dor e impede que cicatrizes emocionais se transformem em aprendizado.

Depois da aceitação, vem a compreensão. Entender o que aquela situação causou em você, que marcas deixou, que crenças instalou, que medos provocou. Esse olhar honesto para dentro é o início da cura.

O terceiro passo é a transformação ativa dessas emoções, com o auxílio de ferramentas terapêuticas poderosas. A psicoterapia, por exemplo, oferece um espaço seguro para elaborar e ressignificar memórias difíceis. Técnicas como o Mindfulness, a respiração consciente (como a técnica do “quadrado”) e a escrita reflexiva também ajudam a suavizar a intensidade das lembranças ruins, tirando delas o poder de dominar seus pensamentos e comportamentos.

E por fim, um dos pilares mais importantes da desmemorização: criar novas memórias positivas. A mente precisa de experiências boas, significativas e atuais para ser reprogramada. Quando você se envolve com o presente e com aquilo que te faz bem, os registros negativos vão, pouco a pouco, perdendo força.

Lembre-se: você não é o que te feriu. Você é o que escolhe fazer com aquilo que te feriu.

Desmemorizar é um ato profundo de amor-próprio, de coragem e de libertação. É dar ao passado o seu devido lugar e permitir-se viver o agora com leveza, consciência e esperança.

Se for preciso, peça ajuda. Você não precisa enfrentar tudo sozinho. A psicoterapia pode ser o início do seu recomeço.

Luti Christóforo Psicólogo clínico.WhatsApp: (41) 99809-8887 Instagram: @luti.psicologo

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