Por Mauro Mueller / Quantum Dox

Sair de uma doutrina, acreditando estar se livrando de crenças limitantes, apenas para entrar em outra — só porque é diferente — funciona?

O que é, afinal, a fé?

Será que a mente humana é o verdadeiro Reino de Deus?

Aprendemos que é necessário nos livrar de crenças, dogmas e doutrinas que colocam o ser humano dentro de uma caixa. Doutrinas que dominam, lideram o “bando”, e aprisionam a consciência num sistema criado para manter a obediência.

Hoje em dia, é bonito dizer que estamos nos libertando da “matrix”. Parece até moda.

No meio do caminho, encontramos muitas verdades, nos deparamos com a tão sonhada liberdade de escolha. Livre-arbítrio em sua essência. Chamam isso de “despertar” — quando passamos a enxergar um mundo de grandes possibilidades, após sair daquela igreja, daquele grupo, daquela turma cheia de regras impositivas. Regras que, se você sair da linha, te condenam ao inferno, ao Sheol — pelo menos até o juízo final.

Mas me ocorre perguntar:

Estamos realmente nos libertando?

Estamos mesmo criando novas possibilidades?

Estamos descobrindo o verdadeiro sentido da vida?

Será que estamos criando propósito a partir desses novos conceitos?

Ou será que apenas fomos levados na direção de outras crenças, que talvez limitem um pouco menos?

E a pergunta que mais tem me incomodado ultimamente — e que não quer calar:

Apenas trocar o rótulo… me faz um ser desperto?

Mitos e divindades são conhecidos desde os primórdios da humanidade — desde 3.500 a.C., ou até antes. Mitologias, seitas ou religiões como o Hinduísmo, Budismo, Judaísmo, Islamismo… todas elas nasceram como interpretações do invisível.

O ocultismo, o paranormal, o esoterismo — e seus princípios como magia, alquimia, cabala e tantas outras expressões da espiritualidade — muito tempo depois, foram rotulados como bruxaria. Isso porque iam contra a nova doutrina imposta pelo Império Romano, que consolidou a Igreja Católica Apostólica Romana. E esse é apenas um recorte da história, que é vasta.

Na Bíblia hebraica primitiva, anterior à tradução grega conhecida como Septuaginta (por volta de 400 a.C.), não existia a figura do diabo. Na Torá, Deus era o único e criava tudo: o bem e o mal. Um exemplo está no livro do profeta Isaías:

“Eu formo a luz e crio as trevas, faço a paz e crio o mal. Eu, o Senhor, faço todas essas coisas.”

Mas, com a tradução para o grego e a influência do Zoroastrismo persa, Deus passou a representar exclusivamente o bem. O mal, então, ganhou um personagem: um anjo que queria rivalizar com Deus. Assim surgiu a ideia do “anjo caído”, do “adversário” (palavra que, no hebraico original, foi interpretada de forma diferente). Com isso, nasce o conceito do diabo — também chamado Satanás ou Lúcifer.

Mesmo antes disso, civilizações como os egípcios, gregos, romanos, e comunidades como os maias, astecas, incas, já reconheciam a dualidade entre o bem e o mal.

No Hermetismo, por exemplo, o mal é visto apenas como ausência do bem.

Diversos deuses ao longo da história, líderes espirituais como Jesus, Buda, Krishna, Maomé — todos fazem parte de crenças ou práticas espirituais que não se pode provar através de milagres sem o elemento da fé.

A ciência também tem suas limitações. Teorias como o Big Bang, Teoria M, Seleção Natural Cósmica, Universo Oscilante… todas explicam até certo ponto. Mas quando se trata de provas definitivas, ainda estão no campo da especulação. Faltam dados.

Se você acredita, mesmo sem evidências materiais, então está lidando com uma crença.

Acreditar em reencarnação, em espíritos, em entidades que “baixam” em corpos humanos para aconselhar, diagnosticar e curar — tudo isso é fé. Precisa da fé para fazer sentido.

Conhecimento não revelado, secreto — os chamados mistérios — geralmente são explicados por meio da fé.

A fé é isso: acreditar sem provas. Acreditar mesmo antes de acontecer. E, quando acontece, a explicação não vem da lógica. Vem da fé. Simplesmente é.

Acalme o coração. Acredite.

Se você quer fazer parte de um grupo, precisa abrir o coração e se deixar levar por essa crença — mesmo sem provas.

Esse é o “mistério da fé”.

Tudo isso é construção simbólica. Assim como os primeiros trovões ouvidos pelos humanos, que — sem entender o fenômeno — criaram rituais para tentar controlá-lo. Assim nasceram as religiões. Fazia-se a dança da chuva, mesmo que hoje saibamos que a água cairia do céu com ou sem ritual.

Jesus não criou nenhuma religião. Buda também não. Mas hoje temos milhares — à disposição, à escolha, ou à conveniência.

Na medicina, o efeito placebo mostra o poder da sugestão. Um comprimido de farinha, se o paciente acreditar que é remédio, pode promover a cura. Como diz o ditado: “O médico trata, mas quem cura é a mente.”

Buda não se considerava uma divindade, apenas alguém que aconselhava:

Com fé, melhoramos nossas capacidades.

A fé nos dá coragem, força, visão além do óbvio.

A fé nos conecta ao invisível.

Se foram os Anunnaki que colocaram os primeiros humanos na Terra…

Se Lilith era a parceira rebelde de Adão…

Se tudo isso aconteceu ou não… são mistérios. E a fé ajuda a organizar essas lacunas.

Por mais que a fé gere frutos e testemunhos — graças alcançadas, milagres, curas, mudanças comportamentais —, não se pode dizer que um dogma específico foi o responsável. Porque em todas as religiões há relatos semelhantes. Isso talvez nos aponte para a verdadeira força: a própria fé, e não a doutrina.

A frase atribuída a Jesus de Nazaré — “O Reino de Deus está dentro de vós” — me leva a refletir:

Será que a mente humana é esse Reino?

A mente, esse campo tão misterioso e estudado, é um universo de possibilidades. Gêmeos idênticos, criados na mesma casa, com a mesma educação, podem ter caminhos e resultados completamente diferentes na vida. Por quê? Porque cada um carrega sua própria mente, sua forma única de perceber o mundo.

Por isso, estou num momento da vida em que minha mente me pede cuidado. Me alerta.

E se posso deixar um conselho: busque conhecimento.

Não acredite em tudo o que escrevo — porque este é o meu mundo, o meu Reino, a minha mente. Tenho muitas certezas, mas também muitas dúvidas.

E quer saber? Eu adoro ter mais dúvidas do que certezas.

Aquilo em que eu acreditava com convicção há dez anos… hoje são justamente minhas maiores dúvidas.

E se você também sente isso, junte-se a nós.

Trocar certezas por dúvidas — e dúvidas por mais conhecimento — é, talvez, um dos caminhos mais belos da consciência.

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